O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP) prendeu em flagrante um ex-detento suspeito de ter envolvimento em um esquema de propinas cobradas por policiais na cadeia pública de Laranjeiras do Sul , região central do Paraná.
De acordo com o MP, no ano passado um policial penal, um policial militar e um servidor terceirizado do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen) foram denunciados por exigir vantagens indevidas de presos para viabilizar transferências e conceder privilégios na unidade prisional. Os crimes ocorreram em novembro de 2022, segundo o MP.
A prisão do ex-detento aconteceu nesta quarta-feira (10) em Cascavel, no oeste do Paraná, durante a segunda fase da operação, chamada de Securus Via. No total, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão.
"Nesta segunda fase, a operação buscou identificar pessoas que dissimularam a movimentação e o recebimento das propinas pelos agentes públicos. O MP obteve indícios de que um advogado e um ex-detento intermediaram essas transações, praticando o crime de lavagem de capitais", afirma o Ministério Público.
Os mandados foram cumpridos em endereços relacionados aos investigados, sendo um em Cascavel, e três em Laranjeiras do Sul, em residências e um escritório de advocacia.
Foram apreendidos 19 cartuchos de munição, R$ 6 mil em espécie, uma camisa da Polícia Civil, um giroflex, aparelhos de telefone celular, além de equipamentos eletrônicos diversos e documentos que farão parte das investigações subsequentes.
A investigação iniciou a partir do recebimento de documentos da Corregedoria do Deppen, apreendidos na Operação Sem Privilégios, realizada pelo Deppen em dezembro de 2022.
Em setembro de 2023 a Justiça emitiu cinco mandados de prisão preventiva e dez de busca e apreensão no âmbito da Operação Securus Via.
"Entre os alvos dos mandados de prisão, estavam um policial penal e um ex-agente terceirizado do Deppen, que teriam concedido benefícios aos presos da Cadeia Pública de Laranjeiras do Sul em troca de propinas. Os outros três são um preso e dois ex-detentos que teriam feito os pagamentos. Foi identificado o recebimento de pelo menos R$ 50 mil reais pelos agentes públicos", afirmou o MP, na época.
Dois policiais militares também foram investigados suspeitos de receberem vantagens indevidas, como serviços de pedreiros e pintores supostamente realizados por detentos em suas casas, e terceiros que teriam emprestado suas contas bancárias para recebimento dos valores.
Atualmente, segundo o Ministério Público, o policial penal e o ex-agente terceirizado do Deppen, que foram presos preventivamente em setembro de 2023, receberam liberdade provisória.
Os nomes dos investigados e dos denunciados não foram revelados.
Fonte:G1Paraná / Foto: Ministério Público/Divulgação