A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quinta-feira (6), uma operação contra integrantes de uma organização criminosa responsável por importar ilegalmente grandes quantidades de mercadorias de origem estrangeira do Paraguai, que entravam no Brasil pela fronteira no Paraná e, depois, eram distribuídas para o restante do país.
Os mandados foram expedidos pela 9ª Vara Federal de Curitiba, sendo 7 de prisões preventivas. Cinco pessoas foram presas em Londrina, no norte do estado, e uma no Rio de Janeiro. O último suspeito não foi preso porque, segundo a polícia, está fora do Brasil.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Outros 53 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelos policiais federais no Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.
De acordo com a investigações, o grupo criminoso atua desde 2014, trazendo ao Brasil principalmente eletrônicos.
Segundo o delegado Thiago Garcia, responsável pelo caso, a PF começou a investigar os suspeitos a partir de um relatório de inteligência que descobriu altas movimentações financeiras.
"Confirmamos que essas movimentações eram provenientes da introdução irregular de mercadorias que não passaram pelo devido processo de registro, e que chegavam ao Brasil pelo Paraguai. Ao longo da investigação, percebemos que alguns dos suspeitos eram servidores públicos, que pediram exoneração e passaram a se dedicar a esta organização criminosa", disse.
A operação, que foi nomeada Anemia, contou com a participação de aproximadamente 230 policiais federais e 34 auditores da Receita Federal. Diversas armas foram apreendidas durante o cumprimento dos mandados.
De acordo com a Polícia Federal, o grupo criminoso atuava também por meio de recursos virtuais ou criptomoedas, enviando valores para contas no exterior.
Conforme a organização criminosa se desenvolveu, os investigados passaram a adquirir produtos eletrônicos diretamente de fornecedores nos Estados Unidos, China e Hong Kong e contratar as remessas para o Paraguai, de onde eram inseridos em território nacional.
"O pagamento dos produtos era realizado por meio de uma complexa rede de empresas nacionais e no exterior [offshore] que, mediante utilização de criptomoedas, efetivariam a evasão de divisas e consequentemente a lavagem do dinheiro", afirmou a PF.
A PF afirmou, também, que a organização criminosa atuava com apoio de uma rede de colaboradores de agentes públicos ativos e inativos, principalmente agentes da segurança pública.
A Polícia Federal afirmou que "medidas estão sendo cumpridas com apoio das corregedorias da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Polícia Penal" do Paraná.
Para a operação, foi determinado judicialmente o bloqueio de bens e valores de quase R$ 400 milhões, de acordo com os levantamentos dos recursos financeiros movimentados pelo grupo criminoso.
A operação também fez sequestro, bloqueio e apreensão de bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo ou de alto valor encontrados.
Fonte:G1Paraná / Foto: Reprodução/Polícia Federal