O funcionário que denunciou a agressão contra uma jovem com síndrome de down na associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Irarti,na região central do Paraná, foi demitido pela instituição.
O homem, que não teve o nome divulgado, fez a denúncia diretamente para a família da vítima, que a partir disso, abriu boletim de ocorrência na Polícia Civil (PC-PR). A investigação sobre a agressão foi conluida em 5 de junho e terminou com o indiciamento da professora Cleonice Aparecida Alessi Glinski, por maus-tratos e violência arbitrária.
A agressão foi gravada em 15 de maio por uma câmera de segurança da instituição, mas só chegou ao conhecimento dos pais em 23 de maio,uma semana depois. A vítima, de 19 anos, não se comunica com palavras.
De acordo com o delegado Rafael Rybandt, o funcionário demitido foi ouvido durante as investigações, colaborou com a polícia e não era investigado. Ainda conforme o delegado, nas investigações, ele afirmou ter denunciado o caso diretamente aos pais por medo de represálias na instituição.
O funcionário demitido não quis gravar entrevista, mas familiares dele afirmaram que o homem trabalhava na Apae há 28 anos e está abalado com a demissão, que aconteceu na segunda-feira (10).
Em nota, a defesa da Apae não informou o motivo do desligamento e disse que a reformulação no quadro de colaboradores é "prerrogativa administrativa da equipe diretiva, a qual não irá se manifestar publicamente sobre o assunto".
Na mesma nota, a defesa da Apae também disse que demitiu um outro funcionário, que foi indiciado pela polícia junto da professora investigada. O indiciamento dele foi por corrupção passiva privilegiada, porque soube do caso e não denunciou. O suspeito não teve o nome oficialmente divulgado.
O indiciamento de Cleonice e do funcionário indiciado foi reportado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), que pode, ou não oferecer denúncia contra eles à Justiça.