Os efeitos do fenômeno El Niño no sul do Brasil têm tornado ainda mais desafiador o combate a pragas e doenças nas lavouras. Com índices de chuva acumulada e temperaturas médias acima do normal, o surgimento de pestes também pode aumentar.
No caso da soja, por exemplo, a chuva beneficia o grão, que acaba tendo um ciclo mais curto e crescendo mais rápido. Só que as doenças causadas por fungos também acompanham esse crescimento, tendo um desenvolvimento acelerado e prejudicando o cultivo.
Uma das formas de fazer isso é realizar amostragens de pragas e dos sintomas causados por elas - prática conhecida no Manejo Integrado de Pragas (MIP).
O MIP é um sistema usado para decidir quais ferramentas de controle usar. Ele considera a identificação das pragas e inimigos naturais dela. O modelo usa diferentes ferramentas de controle somente quando necessário para ajudar a manter o equilíbrio das populações de pragas.
Hoje, as principais formas de fazer esse controle são a pulverização de inseticidas químicos e biológicos e o uso plantas geneticamente modificadas, chamadas "plantas BT", que liberam proteínas inseticidas.
Neste ano desafiador, em que as margens do produtor estão mais apertadas, o uso racional de inseticidas pode fazer a diferença no orçamento.
Uma das doenças que mais preocupam os produtores é a ferrugem asiática, causada por um fungo bastante agressivo chamado Phakopsora pachyrhizi.
De acordo com a Embrapa, o contágio da doença se dá a partir da disponibilidade de água na folha das plantas e temperaturas entre 18 °C e 26,5 °C, que facilitam ainda mais a infecção.
A ferrugem asiática não prejudica diretamente o grão da soja, mas deixa as folhas amarelas e secas. Assim, as folhas caem e essa perda precoce afeta a vagem, comprometendo o desenvolvimento dos grãos e reduzindo a produtividade.
Como a doença tem ciclo curto, que se repete durante o desenvolvimento da cultura, é preciso reaplicar os fungicidas.
Um problema considerado muito grave pelos produtores é que os fungicidas não têm alcançado o nível máximo de controle, próximo de 100%. A taxa tem chegado a cerca de 75%, quando a pressão da doença é muito grande.
Por causa dos 25% que fogem do controle, a soja não consegue atingir níveis de produtividade muito grandes. Então, o fitopatologista Senio Prestes reforça que tudo que é feito na safra para controle da ferrugem da soja é de extrema importância.
Fonte:G1Paraná