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Postado em: 26/06/2024 às 11:26
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Produção de insumo essencial para medicamentos no Brasil cai de 50% para 5% em 30 anos


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Em pouco mais de 30 anos, a taxa de produção própria de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) do Brasil caiu de 50% para 5%, de acordo com presidente da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (ABIQUIFI), Norberto Honorato Prestes Junior.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), IFA é a substância responsável pelo efeito farmacêutico desejado do remédio. O "ingrediente" é imprescindível na formulação de medicamentos.

Apesar da drástica redução na produção nas últimas décadas, em 2023, as 48 empresas que produzem IFA no Brasil exportaram mais de 850 milhões de dólares, segundo dados da ABIQUIFI.

 O número engloba exportações de cerca de 150 diferentes IFAs, como anestésicos, antirretrovirais, analgésicos, vacinas e entre outros.

A produção de IFAs no país começou a despencar com a significativa abertura comercial nos anos 90, impulsionada pelo Governo Collor, que reduziu gradualmente as tarifas de importação. Como reflexo da política, o setor passou a mirar mercados internacionais como China e Índia, por terem valores mais competitivos.

Com importados mais baratos, a intenção era forçar os produtores nacionais a reduzir seus preços, mas isso não ocorreu e, na mesma época, impulsionou a criação pelo governo chinês de programa para atrair farmacêuticas, explica o presidente da ABIQUIBI.

Por um lado, a redução de custos favoreceu o setor, por outro aumentou a fragilidade do país na produção dos IFAs - efeito sentido principalmente durante a pandemia de Covid-19.

Foram meses para a transferência de tecnologia da Astrazeneca para a Fiocruz, no Brasil e mais outro período até a aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que a instituição se tornasse a primeira a produzir o IFA em território nacional.

 A pandemia, segundo Norberto, mostrou que o país tem capacidade de produção, a exemplo da Fiocruz que já possuía a produção das vacinas no portifólio.

A baixa produção de IFAs pode impactar também na produção de medicamentos em desastres naturais, como as enchentes no Rio Grande do Sul, e que podem favorecer o surgimento de uma série de doenças que exijam resposta rápida do setor de saúde.

Guerras como as entre Ucrânia e Rússia ou mesmo entre Israel e Palestina também acendem um alerta sobre como os principais fornecedores de IFA ao Brasil, neste momento China e Índia (cerca de 90%), podem reagir e, de algum modo, desabastecer o país.

Fonte:G1Paraná

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