O Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS-UFMG) divulgou os números atualizados de junho deste ano. Conforme o levantamento, o Brasil possui 300.868 pessoas em situação de rua, registradas no Cadastro Único (CadÚnico).
Os dados mostram que o meio número de pessoas em situação de rua se concentra na capital de São Paulo. A maior cidade do país possui mais de 80 mil moradores em situação de rua. Se contabilizar o estado todo de São Paulo, o número chega a 126.112.
Na sequência aparecem Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com 21.023 e 13.776 moradores em situação de rua, respectivamente. Completam o top 10 de capitais com mais pessoas nesta vulnerabilidade Fortaleza, Salvador, Distrito Federal, Porto Alegre, Boa Vista, Curitiba e Florianópolis.
Na média nacional, 69% das pessoas em situação de rua registradas no CadÚnico são negras (pretas e pardas); 85% do sexo masculino e 15% do feminino; 3% são crianças e adolescentes (0 a 17 anos), 10% são idosas (60 anos e mais) e 87% encontram-se na faixa etária de 18 a 59 anos; 85% sobrevivem com até R$ 109,00 por mês; 14% apresentam alguma deficiência; 42% possuem ensino fundamental incompleto, 19% ensino médio completo, 13% ensino fundamental completo, 11% ensino médio incompleto, 2% concluíram o ensino superior ou estão com o ensino superior incompleto; e 11% encontram-se em condição de analfabetismo.
De acordo com especialistas o aumento expressivo nos registros de pessoas em situação de rua no CadÚnico se deve tanto ao fortalecimento dessa base de dados como porta de entrada e principal acesso às políticas sociais no país, como o Programa Bolsa Família (PBF), o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e outras, quanto à ausência e/ou insuficiência de políticas públicas estruturantes voltadas especificamente para essa população (majoritariamente negra e historicamente tão vulnerabilizada), como moradia, trabalho e educação.
Fonte:Ric Mais